Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE RETROSPECTIVA DE FATORES DE RISCO PARA FÍSTULA URINÁRIA APÓS TRANSPLANTE RENAL

Introdução

As complicações cirúrgicas após transplante renal são importantes causas de disfunção do enxerto, além de exporem o receptor à maior morbidade. Entre elas, a fístula urinária é a mais prevalente. O objetivo do estudo é identificar fatores de risco relacionados a esta complicação.

Material e Método

Feita avaliação retrospectiva de informações coletadas em banco de dados de transplantes renais realizados entre 2010 e 2014 em um único centro, incluindo transplantes com doadores vivos, falecidos e duplo pâncreas-rim, em pacientes adultos e pediátricos, contendo informações pré e peri operatórias e realizando análise uni e multivariada.

Resultados

Foram analisados 3941 transplantes renais, sendo 1051(26,67%)com doadores vivos, 2747 (69,70%) com doadores falecidos e 143 (3,63%) duplo pâncreas-rim. Dos transplantes realizados, 150 (3,81%) evoluíram com fístula urinária. Os transplantes com doador critério expandido apresentaram maior taxa dessa complicação (5,85%) quando comparado com os de falecido padrão(3,45% ; RR 1,69 ; p=0,013), porém este dado não foi observado na análise de regressão logística(doador padrão: OR 0,78 [0,43-1,41] ; p=0,413).A realização de outro tipo de implante ureteral além da técnica extravesical padrão (OR 1,07 [0,77-1,49] ; p=0,694)e a utilização de cateter ureteral(OR 2,11 [0,57-7,77] ; p=0,26)não foram considerados como fatores de risco independentes.

Discussão e Conclusões

Um dos principais questionamentos sobre fístula urinária é o tipo de implante ureteral realizado na cirurgia. Os guidelines dão preferência às técnicas extravesicais e à utilização de cateter ureteral, baseados em revisões com estudos heterogêneos e populações menores. Porém, este trabalho não identifica fator de risco independente para essa complicação em uma população numericamente expressiva.

Palavras Chave

FÍSTULA URINÁRIA
TRANSPLANTE RENAL