Dados do Trabalho

Título

Resultados tardios do método piggyback modificado de transplante de fígado utilizando as veias hepáticas direita e média do receptor

Introdução

Na descrição original do método piggyback de transplante de fígado (Tx), o tronco comum das veias hepáticas média e esquerda (ME) do receptor era utilizado para implantação da veia cava inferior (VCI) do enxerto. Nessa variante, o retorno venoso do enxerto era freqüentemente comprometido devido a estenose ou torção da anastomose. Para evitar essas complicações, a maioria dos autores adotou o uso das três veias hepáticas principais (DME) ou a anastomose látero-lateral entre a VCI do enxerto e do receptor (LL). Entretanto, nessas opções o pinçamento lateral determina redução do fluxo da VCI. Desde 1998, incorporamos uma modificação no Tx piggyback utilizando as veias hepáticas direita e média (DM), de forma a reduzir a constricção da VCI durante a fase anepática. O objetivo deste estudo é analisar a exeqüibilidade e os resultados desse método.

Material e Método

Foram revistos 691 Tx, realizados entre 1º/1/1998 e 31/12/2015 em 3 hospitais: HCFMUSP (n=306), Albert Einstein (n=243), Santa Casa de São Paulo (n=143). Destes, foram identificados 477 pacientes submetidos a primeiro Tx piggyback, com doador falecido, sendo 102 reconstruções ME, 171 DM, 150 DME, e 54 anastomoses LL.

Resultados

De acordo com o tipo de reconstrução, a freqüência de bloqueio de efluxo venoso, comprovado hemodinamicamente, foi 3.9% (4/102) na ME, 2,3% (4/171) na DM, zero (0/150) in DME, and 3,7% (2/54) na LL.Na análise de comparações múltiplas de Bonferroni, não foi identificada diferença pareada significante entre os grupos. No grupo DM, a sobrevida após 1, 3, 5 e 10 anos é 80%, 71%, 68% e 62%.

Discussão e Conclusões

Conclui-se que o método piggyback modificado utilizando as veias hepáticas direita e média do receptor é exeqüível e seguro, podendo teoricamente reduzir alterações hemodinâmicas da fase anepática do Tx

Palavras Chave

Transplante de fígado/métodos