Dados do Trabalho

Título

Impacto do Tempo de Isquemia Fria na função dos enxertos hepáticos preservados com Custodiol

Introdução

É sabido que o tempo de isquemia fria e de perfusão hepática são determinantes para o sucesso no transplante hepático. Com este estudo avaliamos, a partir de marcadores clínico-laboratoriais, de que forma o Tempo de Isquemia Fria interfere na função do enxerto hepático nos primeiros 7 dias de pós-operatório, em órgãos que foram preservados com Custodiol (HTK).

Material e Método

Trata-se de estudo transversal que analisou prontuários de 43 pacientes transplantados em 2018 em um Serviço de Referência de São Paulo. A população em estudo foi dividida de acordo com o Tempo de isquemia fria (TIF) do órgão transplantado em menor que 8 horas (grupo 1) e maior que 8 horas (grupo 2). Os parâmetros laboratoriais avaliados no pós operatório foram: INR, Bilirrubina, AST/ALT, FA/GGT, DHL, lactato e creatinina. Além disso, analisamos o tempo de isquemia quente (WIT), tempo cirúrgico, fase anepática, transfusão de hemoconcentrados, necessidade de hemodiálise e uso de droga vasoativa (DVA), tempo de intubação orotraqueal (IOT), tempo de permanência em UTI, tempo de internação, sobrevida, óbitos e retransplante. Dados epidemiológicos do doador e receptor também foram avaliados.

Resultados

O grupo com tempo de isquemia Fria menor do que 8 horas apresentou menor WIT (p=0,048), menor necessidade de transfusão de hemoconcentrados (OR 0,29; IC 0,06-0,98; p=0,04), menores níveis de bilirrubina total (p=0,05), GGT (p=0,05) e menor tempo de internação hospitalar (p=0,024). As demais variáveis não demonstraram diferença estatisticamente significativa.

Discussão e Conclusões

O tempo de isquemia fria menor que 8 horas em transplantes hepáticos se relacionou com menor tempo de isquemia quente, menor

necessidade de hemotransfusão, menor permanência em UTI e menor tempo de internação.

Palavras Chave

Tempo de isquemia fria; custodiol; transplante hepático; HTK