Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME FEBRIL INDETERMINADO: DESAFIO DIAGNÓSTICO NO TRANSPLANTE RENAL

Introdução

O síndrome febril indeterminado é uma entidade que comporta dificuldade diagnóstica pela multiplicidade de etiologias, incluindo infeciosa, inflamatória e neoplásica

Material e Método

Homem de 54 anos, transplante renal com 12 anos de evolução, Cr basal 1,2 mg/dL, admitido por astenia, anorexia, perda ponderal e febre intermitente com 3 semanas de evolução

Resultados

Hb 10,6 g/dL, Leuc 18.030/uL, U 58 mg/dL, Cr 2,3 mg/dL, PCR 22 mg/dL. Rx tórax sem alterações. Ecografia abdominal com hepatomegalia e adenopatias periportais com maior eixo 10 mm. Medicado com ciprofloxacina, posteriormente meropenem e doxiciclina, sem melhoria. Hemoculturas (para pesquisa de micobactérias) e urocultura negativas. Sem virémia de EBV e CMV. Serologias VHB, VHC, VIH, Brucela, Toxoplasma, C. burnetii, Coxsackie, Cryptococcus, T. pallidum e Plasmodium negativas. IGRA negativo. Estudo de disproteinémia sem componente monoclonal. Ecocardiograma sem vegetações e TC-TAP com múltiplas adenopatias do tórax e abdómen. Mielograma e biópsia óssea sem alterações. Broncofibroscopia sem isolamento de agente ou de células neoplásicas. Face à ausência de diagnóstico, realizou biópsia excisional de gânglio peri-artéria hepática comum, com áreas de necrose delimitadas por células histiocitárias, com granulomas com caseificação, e pesquisa de bacilos ácido-álcool resistentes positiva, compatível com tuberculose (TB) em actividade. Iniciou isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol com evolução clínica favorável. Segundo teste IGRA positivo ao fim de 1 mês.

Discussão e Conclusões

A linfadenite tuberculosa é a apresentação mais frequente de TB extrapulmonar. A incidência de TB no pós-transplante renal encontra-se aumentada, com mortalidade superior a 30%. O diagnóstico pode ser dificultado por formas de apresentação atípicas e exames inconclusivos

Palavras Chave

tuberculose