Dados do Trabalho

Título

COMPLICAÇÕES VASCULARES NO PRIMEIRO MÊS APÓS O TRANSPLANTE RENAL: CASUÍSTICA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA

Introdução

As complicações vasculares (CV) são uma causa de transplantectomia renal precoce. Pretendeu-se determinar fatores preditivos de CV no primeiro mês após o transplante.

Material e Método

Este estudo incluiu 764 transplantes renais realizados entre Junho de 2011 e Junho de 2017. Aplicou-se uma regressão logística no estudo da relação entre variáveis independentes e a ocorrência de CV.

Resultados

Receptores do sexo masculino, a sua idade, o excesso de peso ou obesidade, história de transplante prévio ou comorbilidades como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, doença arterial periférica ou antecedente de evento trombótico não foram fatores preditivos.
A idade do dador, o recurso a dador cadáver ou marginal não foram fatores preditivos nem a causa de morte do dador cadáver.
O transplante na fossa ilíaca esquerda, o uso de enxertos de rim direito ou com artérias múltiplas, a realização da cirurgia de madrugada, a necessidade de suporte tranfusional, a realização da anastomose venosa à veia ilíaca comum ou externa, o tempo isquémia fria, a pressão venosa central e a pressão arterial sistólica ou diastólica na desclampagem não foram fatores preditivos. O vaso no qual se executou a anastomose arterial foi um fator preditivo. Ao passo que a anastomose à artéria ilíaca externa foi fator de protecção (B=-1,816; p=0,038; Exp(B)=0,163 (0,029-0,906)), a sua realização à ilíaca comum foi fator de risco (B=2,277; p=0,011; Exp(B)=9,747 (1,676-56,685)). O tempo de cirurgia foi um fator preditivo, existindo uma relação directa com a ocorrência de CV (B=0,007; p=0,038; Exp(B)=1,007 (1,000-1,014)).

Discussão e Conclusões

O vaso ao qual se realizou a anastomose arterial foi um factor preditivo de CV. O aumento do tempo cirúrgico incrementou a probabilidade de CV.

Palavras Chave

transplante renal, complicações vasculares, primeiro mês