Dados do Trabalho

Título

Impacto das comorbidades no benefício do transplante renal sobre a manutenção em lista de espera

Introdução

Pacientes com doença renal crônica terminal apresentam comorbidades que aumentam o risco de morte em lista de espera (LE), assim como após o transplante renal (TXR). Este estudo teve como objetivo determinar o benefício do TXR sobre a manutenção em LE em pacientes com comorbidades de alto risco em curto e longo prazo.

Material e Método

Estudo retrospectivo, observacional, que analisou o registro eletrônico dos pacientes inscritos em LE para TXR, entre janeiro de 2007 até dezembro de 2012. Os pacientes foram censurados na data do óbito ou em 31/05/2015. Analises estatísticas clássicas foram realizadas. O modelo de regressão de Cox foi utilizado para determinar o risco inicial, tempo para igualar os riscos e o risco a longo prazo do TXR vs. LE.

Resultados

1692 pacientes foram incluídos, 566 (34%) permaneceram em LE, 768 (45%) foram transplantados e 358 (21%) morreram em LE. Para pacientes sem comorbidades, o risco de morte (HR) foi 6 vezes maior nos primeiros 20 dias após TXR (p<0,001), sendo igual com 75 dias e caindo para 0,28 após este período (p<0,001). Pacientes com Diabetes e Doença Arterial Coronariana tiveram um HR inicial de 2,41 (p=0,009) e 2,68 (p=0,009), e igualaram-se à LE com 175 e 200 dias, respectivamente. Em pacientes com Doença Vascular Periférica, o HR inicial foi de 3,6 nos primeiros 240 dias (p=0,008). A Insuficiência Cardíaca Congestiva apresentou a maior HR inicial (HR=7,40; p=0,07), que declinou rapidamente, sendo igual aos 110 dias. Todas as comorbidades, com exceção da Doença Cerebrovascular, apresentaram menor HR do TXR vs LE em longo prazo.

Discussão e Conclusões

Nosso estudo mostra que o tempo e a intensidade do risco de morte entre TXR vs. LE varia de acordo com as comorbidades apresentadas no momento da inclusão do paciente em LE.

Palavras Chave

Comorbidades
Risco de morte
Transplante renal