Dados do Trabalho

Título

Insuficiência hepática aguda grave secundária à lesão arterial como complicação de colecistectomia

Introdução

Lesões vasculares na colecistectomia levando a necrose hepática maciça são uma causa rara de insuficiência hepática aguda grave.Poucos estudos na literatura relatam o transplante hepático para a insuficiência hepática aguda grave (IHAG) nesse cenário.

Material e Método

Relato de caso

Resultados

Paciente de 66 anos, masc.,submetido à colecistectomia vídeo laparoscópica em razão de colecistolitíase sintomática em outro serviço.Evolução inicial foi satisfatória.Apresentou abscesso no leito vesícula biliar, de etiologia indefinida, sendo necessárias duas abordagens cirúrgicas (14° e 27°PO). Na segunda , foi identificado um intenso bloqueio na região do hilo. Durante o acesso ao hilo, a artéria hepática própria foi lesada (tronco hepato-mesentérico), com secção total, sem possibilidade de reconstrução. Paciente evoluiu com quadro de insuficiência hepática secundária à isquemia arterial, sendo transferido para o Hospital Municipal Vila Santa Catarina (HIAE) dois dias após a lesão (29° PO da colecistectomia).Na admissão, paciente encontrava-se sonolento, com instabilidade hemodinâmica e necessidade de noradrenalina, com lesão renal aguda e necessidade de diálise. Exames:RNI= 4,6;AP= 16%;DHL= 9.442U/L; fator V= 14,4%;BT= 6,25 mg/dL;AST= 6.779 U/L;TGP= 5.809 U/L;Lactato arterial=104 mg/dL; cr= 3,6mg/dL; amônia= 71,0 μmol/L; CT com extensas áreas isquêmicas no fígado. Com o diagnóstico de IHAG, paciente foi priorizado e transplantado 26h após. Explante com necrose maciça. Recebeu alta com um mês de pós-operatório, em boas condições.

Discussão e Conclusões

O transplante hepático pode ser uma medida salvadora em casos de isquemia hepática associada a lesões vasculares iatrogênicas. O encaminhamento precoce para centros especializados pode ser crítico na evolução.

Palavras Chave

insuficiência hepática aguda;transplante de fígado;colecistectomia;