Dados do Trabalho

Título

Avaliação de probabilidades de retransplante renal após a perda de transplante prévio: resultados de estudo de coorte de centro único Brasileiro

Introdução

Acompanhar os desfechos clínicos após a perda do enxerto é fundamental para definição da qualidade da atividade transplantadora. O objetivo deste estudo foi avaliar as chances de retransplante após a perda de enxerto prévio.

Material e Método

Coorte retrospectiva com 944 transplantes realizados entre 2002-15, acompanhados até 2017. Um total de 54 variáveis foram testadas em análise univariada entre pacientes que transplantaram ou não no seguimento após a perda. Delas, aquelas com p<0,20 foram incluídas em análise multivariada por regressão logística de Cox.

Resultados

No período, 217 (23%) enxertos foram perdidos, sendo 42,4% por óbito com rim funcionante, 53% por perda crônica ou ausência de função do enxerto e 4,6% por óbito com rim nunca funcionante. Entre os pacientes que retornaram a diálise, 26,1% foram submetidos a um retransplante, em período de 25,5 (10,6; 45,1) meses. Entre os pacientes que retransplantaram, observamos: menor frequência de Tx com DF (40% vs. 62,4%, p=0,03), maior incompatibilidade DR (1,07±0,74 vs. 0,74 ±0,71, p=0,04), menor incidência de infecção pelo CMV (33,3% vs. 56,5%, p=0,02) e menor frequência de perda por falência do enxerto (66,7% vs. 84,7%, p=0,03). Em análise multivariada incluindo as 11 variáveis com P<0,20 na análise univariada, a única relacionada, de forma independente e significante, com a probabilidade de retransplante foi a compatibilidade DR no primeiro transplante: HR= 1,72 (IC-95%: 1,02-2,90), p=0,041.

Discussão e Conclusões

As chances de retransplante após a falência de enxerto prévio refletem a política de alocação vigente no país, que privilegia a compatibilidade no locus Dr. Outras variáveis relacionadas com as chances de retransplantes devem ser exploradas em estudos futuros.

Palavras Chave

Perda crônica do enxerto; Rejeição crônica; Retransplante