Dados do Trabalho

Título

A relação da imunização com a sensibilização de um paciente de alto risco imunológico: Um relato de caso

Introdução

A formação de DSA é um importante fator na estratificação de risco imunológico no transplante renal. Assim, entender os fatores não relacionados ao transplante que influenciam na sensibilização se torna primordial. Neste relato de caso descreveremos uma paciente sensibilizada que após imunização para Febre Amarela aumentou o Painel e mFIs dos DSAs resultando em pior desfecho imunológico.

Material e Método

Paciente do sexo feminino, 31 anos, foi admitida para realização de retransplante renal doador falecido. Encontrava-se em dessenssibilização com IVIG, pois recebeu transfusões sanguíneas prévias e 1 transplante renal (Perda de enxerto por rejeição crônica) com Painel Single Classe I/Classe II: 92/65% e 2 DSAs com mFIs: Anti-A24:4196 e Cw12:3380, 3 meses antes da internação.

Resultados

Dois meses antes do transplante recebeu vacinação contra Febre Amarela. Foi induzida com Timoglobulina e IVIG, além de imunossupressão tripla padrão como manutenção. Em SINGLE da admissão viu-se aumento do painel (Classe I/ClasseII: 96/88%), surgimento de DSA e aumento considerável de MFIs (Anti A24 17.204; Anti C12 11617 e AntiB38 10104), sem eventos sensibilizantes tradicionais aparentes.

Discussão e Conclusões

Evoluiu com função retardada do enxerto, Cr 15,4 mg/dL com necessidade de diálise a partir do 4º pós-operatório. Biópsia do enxerto com rejeição mediada por anticorpo. Tratada com 6 sessões de plasmaferese, IVIG e Rituximabe, apresentando melhora da função renal, Cr 1,4 mg/dl após 2 meses de transplante, redução dos níveis de MFI A24 836 e B38 1.864 e C12 2.097.

Palavras Chave

Este é um caso de sensibilização pré-transplante, sendo identificado como único fator a imunização para febre amarela. Nos pacientes em lista de transplante moradores de áreas de risco para Febre Amarela ou que viajam para as mesmas, devemos levar em conta o risco imunológico.