Dados do Trabalho

Título

PANORAMA DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E FATORES ASSOCIADOS À ALTA TAXA DE NÃO EFETIVAÇÃO

Introdução

Transplantes de órgãos possibilitam e são indispensáveis para a sobrevida de pacientes com patologias em órgãos substituíveis. Segundo resolução do CFM, todo paciente com diagnóstico de morte encefálica é um potencial doador. A colaboração da sociedade acerca do assunto é essencial, visto que a doação depende da autorização familiar. Embora nas últimas décadas os diagnósticos de morte encefálica tenham aumentado, os doadores efetivos não acompanharam esse crescimento.

Material e Método

Estudo observacional com base nos dados divulgados pela Central de Transplantes do Rio Grande do Sul no ano de 2017.

Resultados

No período de 1996 a 2017, as notificações de potenciais doadores aumentaram aproximadamente seis vezes, passando de 140 para 789; enquanto os doadores efetivos aumentaram cerca de quatro vezes, de 74 para 295. Sobre as causas de não efetivação da doação nos anos de 2015 a 2017, a negativa familiar apresentou 40 a 43% dos casos; a parada circulatória, 12% a 19%;as contraindicações médicas 13% a 14%. Entre os motivos de negativa familiar nos anos de 2015 e 2017, não ser doador em vida representou 38 a 42%; família contrária à doação contabilizou 21 a 26%; e a demora na entrega do corpo, 10 a 14%.

Discussão e Conclusões

O aumento na doação relaciona-se com a criação das OPOs e CIHDOTTs. Além disso, o treinamento dos profissionais da saúde sobre o diagnóstico de morte encefálica conseguiu crescimento expressivo nas notificações de potenciais doadores, porém não acompanhado do número de doadores efetivos e tendo a negativa familiar ainda como principal causa. As dificuldades não estão apenas no âmbito populacional, mas também na escassa abordagem no meio acadêmico. Dessa forma, as ligas de transplante possuem papel fundamental por possibilitarem mais discussões sobre o assunto.

Palavras Chave

Doação, negativa familiar, morte encefálica.