Dados do Trabalho

Título

DUPLA RECONSTRUÇÃO ARTERIAL DA ARCADA PANCREATODUODENAL NO TRANSPLANTE DE PÂNCREAS

Introdução

As complicações técnicas representam a maior causa de perda precoce do enxerto pancreático(EP). A maioria das retiradas de EP para transplante ocorre simultaneamente a do fígado. Em doadores com artéria hepática direita(AHD) anômala oriunda da artéria mesentérica superior(AMS), a integridade da artéria pancreatoduodenal inferior(APDI) pode ser comprometida e prejudicar a vascularização do duodeno e cabeça do EP. Relatam-se dois casos em que AHD anômala foi encontrada na captação e houve lesão da APDI. Optou-se por reconstrução arterial complexa na cirurgia de mesa que permitiu a utilização dos dois EP.

Material e Método

CASO 1: Paciente do sexo feminino, 43 anos, diabética tipo 1 há 34, recebeu oferta de doador de 19 anos, vítima de trauma, para retransplante de pâncreas após rim. Notou-se AHD anômala com origem da AMS próxima a APDI; houve secção da APDI para permitir a divisão do pedículo arterial com a equipe do fígado. Optou-se por utilizar o EP através de três anastomoses término-laterais no segmento da ilíaca externa do enxerto arterial em Y: uma para a AMS , outra para a gastroduodenal(AGD) e a terceira para a APDI.
CASO 2: Paciente do sexo feminino, 35 anos, diabética tipo 1 há 23, recebeu oferta de doador de 10 anos , causa da morte por meningite, para Tx de pâncreas após rim. A mesma variante arterial foi encontrada neste doador, realizando-se tripla reconstrução arterial, mas com anastomose da APDI na AMS(bem próximas) e duas término-laterais no segmento da ilíaca externa do Y arterial, uma na AGD e outra na AMS.

Resultados

As duas pacientes evoluíram bem, com alta precoce e sem complicações técnicas.

Discussão e Conclusões

Em casos de variante arterial com AHD anômala oriunda da AMS, deve-se atentar a eventual lesão da APDI e a dupla reconstrução da arcada pancreatoduodenal pode resgatar o EP para uso.

Palavras Chave

Tx pâncreas