Busca Ativa de pacientes em morte encefálica: Um Relato de Experiência
O número de doações no Brasil ainda é insuficiente para atender a demanda. Contudo, estratégias podem aumentar as doações de órgãos e tecidos e consequentemente os transplantes, entre essas ações destaca-se a Busca Ativa. O presente resumo traz a experiência da realização da busca ativa de possíveis pacientes em morte encefálica num Hospital Universitário no interior do estado do Rio Grande do Sul.
Esta ação ocorre desde julho de 2015 sendo realizada três vezes por semana, por uma enfermeira da Comissão Intra Hospitalar de Captação de órgãos e Tecidos (CIHCOT). Sua função é visitar todas as unidades de internação hospitalar. É realizado contato com a enfermeira assistente do setor para identificação dos pacientes que se encontram em ventilação mecânica. Se avalia esses pacientes, observando a possibilidade de morte encefálica (ME). Na suspeita de ME a CIHCOT irá contatar a equipe assistente para definir abertura do protocolo para o diagnóstico de ME. A legislação brasileira vigente exige a notificação compulsória das mortes encefálicas independente da doação ou não de órgãos.
Em 2016 constatou-se a não abertura de 18 protocolos para determinar ME, e foram realizados 14 no mesmo perìodo. A principal causa da não abertura, foi o desconhecimento do processo de doação pelos profissionais de saúde. Observa assim, que 56% dos casos de ME não são diagnosticados, indo ao encontro de uma premissa do modelo espanhol de doação de órgãos que refere que não há falta de doadores, e sim que os mesmo não são identificados em tempo hábil.
Conclui-se que a busca ativa é uma estratégia eficaz na identificação precoce de possíveis doadores, e proporciona conscientização das equipes assistenciais em prol da doação de órgãos.
Obtenção de órgãos, transplantes, enfermagem
Enfermagem
Hospital Universitário de Santa maria - Rio Grande do Sul - Brasil
Cintia Maria Lovato FLORES, Marina Sanes Alvarenga, Rosangela Marques Machado, Luciane Silva Carvalho, Fernando Tolfo