Título

Caracterização dos receptores de transplante hepático de um hospital universitário em dez anos

Introdução

O número de pacientes em programas de transplante tem ganhado destaque nacional, com aumento das indicações e número de receptores. Conhecer as características sociodemográficas, clínicas e de tratamento destes pacientes pode contribuir para o plano terapêutico dos futuros receptores.

Material e Método

Trata-se de estudo quantitativo, descritivo e transversal, parte de projeto de doutorado. Os dados foram extraídos dos prontuários de saúde de 170 receptores de transplante hepático realizados no Centro de Transplantes de um hospital universitário no período de 2001 a 2010, os dez primeiros anos do programa no referido Centro. O objetivo do estudo é caracterizar os receptores de transplante hepático em um hospital universitário no período de 2001 a 2010

Resultados

Dos 170 receptores de transplante hepático, a maioria era do sexo masculino (73,5%), raça branca (87,6%), casados ou amasiados (70,5%), com ensino fundamental incompleto (31,17%), recebendo auxílio doença na data do transplante (25,3%). A cirrose por álcool culminou em 67 dos transplantes hepáticos, seguida pela cirrose por vírus C (55 casos). Em 12 casos foi necessário um segundo transplante e, desses, a trombose de artéria ou veia hepática foi a principal causa da perda do enxerto. Dos 170 receptores, 49% morreram nos dez anos de início do programa.

Discussão e Conclusões

Foi evidenciado que a doença hepática é incapacitante. Acomete, na maioria, homens, sendo o álcool e a hepatite por vírus C, as principais causas de cirrose. Após o transplante, que é o último recurso terapêutico para os casos de cirrose avançada, a mortalidade encontrada neste estudo foi alta. Faz-se necessário maior investigação das causas que culminaram nos óbitos para possíveis intervenções na terapêutica dos futuros receptores de fígado.

Palavras Chave

Transplante de fígado, cirrose hepática, mortalidade