Catéter duplo J: Impacto do uso em casos selecionados de transplante renal
O uso de catéter duplo J (DJ) no transplante renal (TR) permanece controverso. Analisou-se nossa experiência de cinco anos com uso de duplo J em casos selecionados.
No péríodo entre 2012 e 2017, analisaram-se retrospectivamente todos os casos de TR do Serviço em relação ao uso de DJ, que é utilizado apenas em pacientes de maior risco em nosso grupo, e sua correlação com resultados e complicações urológicas.
Dos 571 TR realizados no período , 36 foram excluidos da análise por dados incompletos, restando 535 avaliados. Destes, 483 (90,3%) eram TR e 52 (9,7%) de pancreas-rim simultâneo, sendo a maioria (n=305; 57%) de doador vivo. A idade média foi de 49,5 anos (15–83), sendo 56,8% do sexo masculino. Hipertensão e diabetes estavam presentes em 61,1% e 37,2% dos pacientes, respectivamente. Catéter de DJ foi usado em 159 (27,8%) casos, variando de 6,3% em 2012 a 35,8% em 2015. As principais indicações de seu uso foram: bexiga de parede delgada ou espessa em 56 casos (35,2%) e ureter do enxerto com vascularização inadequada em 41 casos (25,8%). Nos casos com uso do DJ, as técnicas de derivação urinária mais usadas foram anastomose uretero-ureteral em 78 casos (49,1%) e Gregoir em 58 pacientes (36,5%). A incidência global de fístula urinária foi de 3,1%, sendo que no grupo DJ foi de 0,6% (n=1) e no sem DJ foi de 4,5% (n=17).
Em nossa experiência, houve aumento no uso de DJ ao longo do tempo e seu emprego demonstrou menor ocorrência de complicações urológicas mesmo se tratando de grupo de maior risco para este evento.
Transplante Renal
Duplo J
Rim
Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo - Brasil, Hospital Bandeirantes - São Paulo - Brasil, Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Giovanni Scala Marchini, Huda Noujaim, Juan Branez, Leonardo Toledo Mota, Marcos Joaquim Castro, Beimar Zeballos, Bernardo Roza Altoé, Luiz Estevam Ianhez, Leon Alvim, Célia M Watanabe, João Vitor Altoé de Souza, Tercio Genzini, Marcelo Perosa