DETERMINANTES DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS
A disfunção do sistema nervoso autônomo (SNA) com hiperatividade simpática tem sido documentada em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC). O presente estudo tem como objetivo analisar os determinantes da modulação autonômica em pacientes após transplante renal.
Estudo transversal com medida da modulação autonômica através da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). As variáveis sócio-demográficas e clínicas foram obtidas do prontuário dos pacientes. O nível de atividade física foi medido através de acelerometria. As análises foram realizadas através do programa estatístico STATA 13.0.
A amostra foi composta por treze pacientes transplantados renais com média de idade de 42,9 ± 16,6 anos, 69,2% do sexo masculino, 84,6% brancos, 84,6% com enxerto proveniente de doador falecido, 23% diabéticos, com creatinina média de 1,66 (0,74) e média de índice de massa corporal (IMC) de 24,4 (3,0). A média da razão baixa frequência/alta frequência (LF/HF) da VFC foi de 3,88 (2,06). Em análise univariada a variável IMC apresentou associações positiva e negativa com os parâmetros LF e HF, respectivamente, e associação positiva com a razão LF/HF (p=0,03). A presença de diabetes também apresentou associação significativa aos mesmos parâmetros na análise univariada. Na análise multivariada somente as associações entre IMC e VFC se mantiveram significativas.
Os resultados da presente análise sugerem predomínio da atividade autonômica simpática, e uma associação significativa desse desequilíbrio autonômico com maior IMC nesses pacientes. Tendo em vista a conhecida associação entre hiperatividade simpática e morbimortalidade cardiovascular, análises futuras devem avaliar o potencial impacto clínico de intervenções para controle do peso nessa população
Transplante renal
Rim
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO DE PAULA - Rio Grande do Sul - Brasil
Larissa Ribas Ribeiro, Fernando Santos, Jacqueline Flores de Oliveira, Matheus Neumann Pinto, Maristela Bohlke