Motivos da não-autorização familiar para doação de órgãos no Estado do Rio Grande do Sul
Um dos principais limitantes do crescimento dos transplantes é a escassez de órgãos. A principal causa de não efetivação de doação é a negativa familiar, que no RS correspondeu por 48%, seguido de PCR (28%) e contra indicação médica (22%) no período de 2015 a 2016.
Estudo transversal, que inclui todos os potenciais doadores notificados à CNCDO/RS no período de 2015 e 2016. Foram analisados todos os prontuários dos potenciais doadores notificados na Central de Transplantes do Rio Grande do Sul neste período em busca do registro de causa da negativa familiar, informada pelo profissional que realizou a entrevista.
Nos anos de 2015 e 2016 foram notificados 1347 potenciais doadores à CNCDO/RS. Destas, 1135 foram elegíveis. Ocorreram 975 entrevistas familiares. Destas 582 obtiveram aceite familiar para doação, taxa de 60% de autorização. A taxa de recusa foi de 40% (393). Os principais motivos de recusa foram: o não doador em vida (41%), seguido por familiar contrário à doação (22%), demora na entrega no corpo (11%), preservação da integridade do corpo (9%), desconhecimento da vontade do potencial doador em doar seus órgãos (7%), motivos religiosos (5%) e outros(7%).
Comparando-se os anos de 2013 e 2014, a taxa de negativa reduziu em torno de 5%. No Brasil, segundo dados da ABTO, o percentual de recusa das entrevistas familiares foi de 44% no ano de 2015 e de 43% em 2016. Consideramos que é necessário desenvolver um estudo junto às famílias não doadoras a fim de aprofundarmos motivos da não doação e promover medidas que resultem em melhores taxas de efetivação da doação.
Negativa familiar
Motivo de recusa familiar
Coord. Tx / Ética
Central de Transplantes do RS - Rio Grande do Sul - Brasil
Katia da Silva dos Santos, Andrea Silveira Gomes, Cristiano Augusto Franke, Rafael Ramon da Rosa