Transplante renal com doadores em insuficiência renal aguda: expandindo os critérios de doação.
A recusa de órgãos de doadores com critérios expandidos ou com insuficiência renal aguda (IRA) ainda é elevada no Brasil. Apenas alguns centros, geralmente em grandes cidades e associados a instituições de ensino utilizam estes doadores. Objetivo: Determinar os resultados a curto e longo prazo de receptores de rins de doador falecido com IRA.
Estudo retrospectivo. Inclusão: tx renal isolado, doador falecido, creatinina > 1,5 mg% na retirada. Informações coletadas a partir do banco de dados do programa de tx.
Entre julho/12 e julho/15, 62 pacientes receberam rins de doadores em IRA. Os 37 doadores eram na maioria homens, idade 39 ± 14 anos, com 6 ± 4 dias de UTI, creatinina na retirada de 2,8±1,4 mg%, com traumatismo craniano (62%), em uso de droga vasoativa (94%), e com escore médio de KDPI de 56 ± 24, sendo apenas 27% com escore superior a 80%. A incidência de retardo de função do enxerto nos receptores foi de 72,6%, com mediana de 3 sessões de diálise, e hospitalização média de 17 dias. A sobrevida de enxerto foi de 83,8% em 6 meses, 74,2% em 12 meses e 69,3% em 36 meses. O KDPI e a creatinina na retirada foram semelhantes entre os pacientes com e sem perda de enxerto, entretanto, o grupo com má evolução apresentava EPTS superior aos demais (49 vs. ±21%), sugerindo que a evolução desfavorável independeu das características do órgão transplantado.
Autilização de rins de doadores em IRA foi segura, cursando apenas com hospitalização inicial mais prolongada, mas com função tardia do enxerto comparável aos doadores padrão. O pior prognóstico dependeu das características do receptor.
tx renal, doador em IRA, DGF
Rim
UNICAMP - São Paulo - Brasil
Fernanda Medeiros da Silva Martins, Carla Feitosa do Valle, Leonardo Figueiredo Camargo, Marcos Vinicius de Sousa, Gabriel Giollo Rivelli, Marilda Mazzali