Título

Impacto do vírus da hepatite C na sobrevida dos pacientes submetidos a transplante hepático com carcinoma hepatocelular

Introdução

Cirrose pelo vírus da hepatite C (VHC) associada ao carcinoma hepatocelular (CHC) é a indicação mais comum de transplante hepático (TxH) no ocidente. A disponibilidade de novas drogas para tratamento do VHC, com melhora da resposta virológica sustentada é promissora. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da etiologia da doença hepática na sobrevida do paciente submetido a TxH por CHC.

Material e Método

No período de jun/1991 a mar/2017 foram realizados 1290 TxH. Todos receptores com CHC, associados ou não ao VHC; e os pacientes com VHC foram retrospectivamente incluídos. Os critérios de exclusão foram re-TxH, Tx duplo e co-infecção viral. Dos 1290 pacientes, 726 tinham VHC, 385 deles com CHC. Do total de 479 pacientes com CHC, 91 não tinham VHC associado. Foram avaliadas as curvas de sobrevida Kaplan-Meier ao longo de 20 anos de seguimento.

Resultados

A taxa de sobrevida nos grupos estudados: VHC sem CHC, CHC com VHC e CHC sem VHC foram, respectivamente 82,5%, 84,7% e 86,8% em 1 ano; 76,9%, 72,5% e 78,5% em 5 anos; 70,4%, 76,5 e 65,9% em 10 anos; 64,1%, 61,0 e 71,3% em 15 anos. Quando comparadas as sobrevidas dos pacientes com VHC, a presença do CHC não interferiu no resultado ao longo do seguimento de 20 anos (p=0,661). Nos pacientes com CHC observou-se que aqueles com VHC tiveram pior sobrevida do que os com outras doenças associadas ao CHC e esta diferença foi mantida durante o tempo de seguimento (p=0,086). Os pacientes com CHC sem VHC, mesmo incluindo casos fora dos critérios de Milão, apresentaram taxa de sobrevida melhor que os pacientes com VHC sem CHC.

Discussão e Conclusões

O diagnóstico do VHC nos pacientes com CHC foi associado com aumento da mortalidade. As novas drogas disponíveis para tratamento do VHC são promissoras para mudança destes resultados.

Palavras Chave

CHC, VHC, transplante hepático, sobrevida