Título

TRANSPLANTE DE FÍGADO NA HEPATITE CRÔNICA DELTA: UMA EXPERIÊNCIA NA AMAZÔNIA

Introdução

O transplante de fígado (TF) é o tratamento de escolha em pacientes com doença hepática terminal. O uso da imunoglobulina (HBIg) e medicamentos com ação sobre o Vírus da Hepatite B, proporcionaram a realização de transplante na hepatite B. A infecção pelo Vírus da Hepatite D (VHD) está associada a doença hepática mais grave e de pior prognóstico. Objetivo: Relatar o seguimento tardio dos pacientes com VHD transplantados e acompanhados no Hospital das Clínicas do Acre (HC-AC).

Material e Método

Estudo descritivo de pacientes transplantados com VHD, acompanhados no HC-AC. Os dados foram coletados dos prontuários dos pacientes, e analisados no programa SPSS.

Resultados

Dos 32 pacientes com VHD transplantados, 27 (84,4%) eram do sexo masculino, 22 (68,8%) HBeAg negativo. A HBIg foi usada em 3 (9,4%) dos pacientes. Associação com hepatite C foi de 1 (3,1%), presença de carcinoma hepatocelular em 10 (31,3%), 71,9% dos pacientes tinham MELD acima de 21, e 90,6% dos transplantes foi de doador falecido. Após o TF, o HBsAg negativou em 99% (24/25) dos pacientes com seroconversão para anti-HBs em 23,1% (6/26). O VHB-DNA era positivo em 66,7% (18/27) e o VHD-RNA em 61,1% (11/18) no pré-transplante. Após o TF, 95,5% negativaram o VHB-DNA e 100% dos indivíduos testados (21/32) negativaram o VHD-RNA. Os imunossupressores mais utilizados foram o tacrolimo e micofenilato (65,6%), e o análogo mais usado foi o entecavir (72% 23/32). Até o momento a sobrevida foi de 90,6% em tempo variado, com média de 50,71 meses (variando de 1 a 171 meses).

Discussão e Conclusões

Os pacientes com VHD após TF no Acre, em uso principalmente do Entecavir, tem um bom prognóstico, com alta probabilidade de perda do HBsAg, negativação do VHB-DNA e VHD-RNA, embora sem seroconversão anti-HBs significativa.

Palavras Chave

Transplante, Hepatite D, Amazônia Ocidental