TRATAMENTO PARA DESSENSIBILIZAÇÃO NO TRANSPLANTE RENAL: RELATO DE CASO
Cerca de 30% dos pacientes inscritos na lista de transplante para doador falecido no Estado de São Paulo apresentam algum grau de sensibilização HLA, definida por reação contra painel de linfócitos (PRA) superior a 10%. Destes, 12% são hipersensibilizados (HS), com PRA acima de 80%. Pacientes HS dificilmente encontram doador compatível e a presença de anticorpos específicos pré-formados no receptor contra antígenos HLA do doador (DSA) era até há pouco tempo uma contra-indicação absoluta ao transplante, devido ao risco de rejeição hiperaguda (RMA).
Além dos pacientes HS com prova cruzada (PC) positiva contra antígenos HLA, também são considerados transplantes imunologicamente incompatíveis pacientes (receptor e doador) ABO-incompatíveis (ABOi). Porém, estes tipos de transplantes são possíveis atualmente devido aos métodos de detecção e caracterização das especificidades de anticorpos anti-HLA, melhor entendimento da RMA e da cinética dos anticorpos dirigidos contra os antígenos do sistema ABO e da disponibilidade de medicações e procedimentos capazes de suprimir a resposta imune mediada por anticorpos, como a dessensibilização farmacológica (DS). Este tipo de tratamento está disponível na maioria dos centros transplantadores de excelência no exterior.
Cerca de 80 a 90% dos pacientes sensibilizados ou com doador ABOi conseguem realizar o transplante após a DS. Após 1 ano de transplante, é visto o resultado de sobrevida em torno de 90%.
As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente e revisão de literatura.
Em planejamento
Em planejamento
Transplante renal, dessensibilização, paciente sensibilizado.
Enfermagem
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil, Hospital Municipal Vila Santa Catarina - São Paulo - Brasil
Gabriela Clarizia, Marcelo Valvassora, Patricia Rubio Souto, Paula Refinetti Camerini, Ana Cristina Carvalho Matos, Alvaro Pacheco Silva Filho