Título

Impacto dos Shunts Esplenorrenais Espontâneos com e sem Ligadura da Veia Renal no Transplante Hepático

Introdução

A presença de comunicações anômalas entre a circulação portal e sistêmica, mais comumente entre a veia esplênica e a veia renal esquerda, é comum nos pacientes portadores de cirrose, podendo trazer repercussões no período pré-transplante, com maior ocorrência de encefalopatia hepática, e também na cirurgia do transplante, reduzindo o fluxo sanguíneo na veia porta e afetando a perfusão do enxerto. Uma saída para a reversão do shunt durante a cirurgia do transplante é a ligadura da veia renal esquerda. Nosso trabalho visa avaliar o impacto da ligadura da veia renal na função hepática e renal do receptor.

Material e Método

Realizamos a análise retrospectiva dos prontuários de 268 pacientes transplantados no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal de Janeiro de 2012 a Janeiro de 2017.

Resultados

Dos 268 pacientes avaliados, 38 (14,2%) apresentavam shunt esplenorrenal. Destes, 18 (47,3%) foram submetidos a ligadura da veia renal e 20 (52,7%) não tiveram sua veia renal ligada no transplante. Dos paciente submetidos a ligadura, 7 (38,8%) necessitaram de hemodiálise no pós-operatório, comparados a 8 (40%) no grupo em que não houve ligadura. Comparamos também função renal pré e pós transplante, pico de transaminases, ocorrência de disfunção do enxerto e óbito em até 30 dias do transplante entre os grupos.

Discussão e Conclusões

A ligadura da veia renal esquerda pode ser uma manobra auxiliar durante o transplante hepático para a reversão dos shunts esplenorrenais espontâneos, aumentando o fluxo e melhorando a perfusão hepática. Em nosso estudo, não ocorreu aumento da incidência de hemodiálise pós-operatória no grupo em que foi feita ligadura da veia renal, quando comparado ao grupo com shunt que não foi submetido a ligadura.

Palavras Chave

Shunt esplenorrenal, Ligadura de veia renal esquerda, transplante hepático