Título

Impacto da incompatibilidade HLA em transplantação renal com dador: epletos vs. antigénios

Introdução

Tem sido demonstrado que o número de mismatches de epletos (MMEp) entre dador-receptor permite melhor avaliação de risco em transplante renal (TR), comparativamente aos MM de antigénios HLA (MMAg). O objetivo deste trabalho é verificar a associação entre MMAg e MMEp com rejeição aguda (RA) e falência de enxerto (FA) em TR com dador vivo (TRv).

Material e Método

Entre 2007-2014 realizaram-se 157 TRv, 53 dos quais com dador não relacionado. Foram excluídos 2 pares sem tipagem molecular e 5 por FA nos primeiros 30 dias após TR, sem RA.
As tipagem HLA-ABDR foram determinadas por métodos moleculares e calculados os MMAg. A tipagem alélica foi inferida para HLA-A,B,DRB1/3/4/5,DQA1/B1 e os MMEp determinados usando o HLAmatchmaker.

Resultados

De um total de 150 TRv, 23 fizeram RA ao 1ºano. Os doentes com RA têm maior número de MMAg (3.74 vs 2.89,p=0.018), MMEp-DQ (7.7 vs 5.0,p=0.018), MMEpII (13.0 vs 8.8,p=0.008) e MMEpI+II (20.1 vs 14.8,p=0.013).
Da análise da curva ROC, os MMEpII≥12 e MMEpI+II≥21 foram os melhores preditores de RA (AUC=0.674, NPV=91%,Exactidão=67%,p=0.008 e AUC=0.662,NPV=90%,Exactidão=72%,p=0.014, respetivamente).
Efetuando a análise multivariada verificamos que MMEp-DR≥2 (OR=10.47, p=0.025), MMEp-DQ≥3 (OR=3.95, p=0.037), MMEpII≥12 (OR=2.98, p=0.025) e MMEpI+II≥21 (OR=3.44, p=0.011) são preditores de RA, contrariamente aos MMAg.
Agrupando os MM em tercis verificamos um aumento significativo da incidência de RA ao 1ºano apenas com o aumento de MMEpII (p=0.011) e MMEpI+II (p=0.005). No final do follow-up (média=5 anos) faliram 7 enxertos, sendo a sobrevivência de enxerto significativamente inferior nos tercis mais elevados de MMEp-DR (p=0.010), MMEpII (p=0.046) e MMEpI+II (p=0.011) apenas.

Discussão e Conclusões

A análise MMEp permite melhor avaliação de risco em TRv que os clássicos MMAg.

Palavras Chave

HLA eplet rim