Análise da doação de pâncreas num centro único
O número de transplante de pâncreas reduziu mundialmente devido à seleção mais rigorosa do doador e receptor e ao advento de novas insulinas para tratar o diabetes mellitus (DM)
Análise do banco de dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SP) referentes a um centro único quanto à alocação do pâncreas
No Estado de SP, de 5324 doadores viáveis no período de 2000-2014, 1478 (29,6%) foram ofertados para o transplante de pâncreas no nosso centro, sendo que 1162 foram descartados (78,6%), 377 (25,5%) foram retirados e 316 (21,4%) foram transplantados. Nos EUA, de 104047 doadores no período de 2000-2013, 24818 (23,8%) foram ofertados para o transplante de pâncreas, sendo que 6369 foram descartados (25,7%) e 18449 foram transplantados (74,3%). No nosso centro, as principais causas de descarte do pâncreas foram: doador (68,8%, idade> etilismo> DM> exames laboratoriais alterados) e qualidade do órgão (12,7%). No entanto, a ocorrência crescente de instabilidade hemodinâmica do doador (P<0.0001) tem levado à perda de potenciais doadores de pâncreas (P=0.03) nos últimos anos. Nos EUA, as principais causas de descarte do pâncreas incluíram: doador (65,1%, exames laboratoriais alterados> idade> tempo de internação> parada cardíaca), receptor (16,2%) e qualidade do órgão (10,1%)
No nosso centro, são recusados 3 vezes mais pâncreas do que nos EUA, sendo que os dados demográficos do doador contribuíram mais para esta recusa do que as complicações clínicas, embora esteja sendo observada uma perda crescente de potenciais doadores por instabilidade hemodinâmica. A revisão de políticas institucionais e a identificação mais precoce dos potenciais doadores são necessárias para aumentar o número de doadores de pâncreas
transplante pancreático;doadores de pâncreas;descarte
Rim/Pancreas
Unifesp-EPM - São Paulo - Brasil
Laura Garcia Barufatti, Joao L Erbs, Adriano M Gonzalez, Jose O Medina-Pestana, Erika B Rangel