Identificação dos principais motivos de recusa familiar em doação de órgãos na Organização de Procura de Órgãos de Botucatu (SP)
Apenas os familiares e responsáveis legais podem autorizar a doação de órgãos. Um dos principais motivos da recusa tem sido o desconhecimento sobre o processo da doação de órgãos, segundo a literatura.
A Organização de Procura de Órgãos (OPO) tem estratégias para realizar a entrevista familiar e identificar os motivos de recusa. O presente estudo visa analisar quais são os principais motivos das recusas para doação.
Este estudo foi realizado na OPO do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (SP) por meio da coleta de dados das fichas de notificação arquivadas durante o ano de 2016.
No período avaliado houve 38 entrevistas aos familiares de potencias doadores. Somente 12 famílias (31,6%) aceitaram doar órgãos e tecidos. Os principais motivos de recusa foram: tempo para a liberação do corpo (n=9; 34,6%), ausência de um motivo explícito (n=9; 34,6%), insatisfação com o atendimento (n=3; 11,5%), não aceitação de mudança no corpo (n=2; 7,7%), falta de consenso familiar (n=2; 7,7%) e desconhecimento da vontade do familiar (n=1; 3,8%).
Estudo prévio no estado de São Paulo identificou que a principal recusa foi a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica. Correlacionamos esse achado ao nosso estudo. Identificamos como outra causa relevante o tempo necessário para a conclusão do processo de captação.
Transplante; acolhimento; membros da família.
Multidisciplinar
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - São Paulo - Brasil
Bruna Cristina Velozo, Marina Carvalho Acosta Cleto, Cibele Gregório Santos Melo, Cintia Banin, Laercio Martins Stefano