Transplantes hepático e renal em portadores do vírus da imunodeficiência humana: revisão de literatura
Este trabalho é uma revisão da literatura da evolução do transplante hepático e renal em portadores do HIV. O aumento da sobrevida dos portadores do HIV em uso da terapia antirretroviral combinada (TARV) tem gerado a necessidade de transplante de órgãos pelo aumento de doenças renais e hepáticas crônicas . Os resultados de transplantes renais e hepáticos na era pré-TARV eram insatisfatórias, mas na era pós-TARVC são satisfatórias, e em alguns casos semelhantes aos resultados na população geral.
A busca e seleção de artigos foram realizadas no Pubmed. Palavras-chave “transplant” e “HIV ou AIDS”. Foram selecionados artigos em inglês e português que incluíssem casuística em transplante hepático e/ou renal.
Sobrevida pós-transplante renal: Era pré-TARV em portadores VIH 53% (enxertos) e 83% (pacientes) versus 73% (enxertos) e 88% (pacientes) em controles. Era pós-TARV, 71-100% (enxertos) e 82-100% (pacientes ), semelhante aos controles. Houve altas taxas rejeição (22-67%).
Sobrevida pós-transplante hepático: Era pós-TARV pior sobrevida enxertos em co-infectados HIV/HCV: 1º ano: 57-91%, 3º ano: 58-87% e 5º ano: 33-58%. Altas taxas de recidiva HCV (25 - 100%). Óbitos por recidiva do HCV: 18-36%. Melhores resultados co-infectados HIV/HVB satisfatória: 4º ano: 80-100%, semelhante a monoinfectados HBV.
Baixas taxas de infecçÕes oportunistas. Desafio de manejo das interaçÕes medicamentosas com os antirretrovirais. Queda de CD4 com uso de timoglobulina.
Estudos mostram resultados satisfatórios quando estado imunológico estável e controle virológico ótimo no momento do transplante. Antivirais de ação direta devem revolucionar resultados em co-infectados HIV/HCV.
Infecção pelo HIV, Transplante Renal, Transplante hepático, Interação medicamentosa
Multidisciplinar
HCFMUSP - São Paulo - Brasil
FATUMA CATHERINE ATIENO ODONGO, EDSON ABDALA