Perfil da população de um pronto atendimento em um centro de referência em transplante renal
A superlotação dos serviços de emergência é um problema de saúde pública em escala global. Pode estar associada a inúmeros desfechos clínicos, incluindo maiores taxas de complicações e mortalidade. O objetivo foi identificar o perfil da população atendida no pronto atendimento de um hospital referência em transplante renal da cidade de São Paulo.
Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, desenvolvido em um hospital referência em transplante renal na cidade de São Paulo. Foram incluídos todos os pacientes atendidos no pronto atendimento desse serviço no período de Janeiro à Dezembro 2016.
Foram realizados 8028 atendimentos, média de 669 pacientes por mês, sendo 4977 (62%) sujeitos foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde. Em relação a idade, 6% até 18 anos, 73% entre 18 e 60 anos, e 21% acima de 60 anos. Dentre os atendimentos 5700 (71%) foram classificados como pouco urgente, 2248 (28%) como urgente e, 80 (1%) como emergência. As principais demandas foram: causas infecciosas, com 3371 (42%) sujeitos; urológicas 1284 (16%); cardiovasculares, 481(6%); metabólicas, 401 (5%) e outras causas, com 2491 (31%) casos. Desses, 5813 (72,4%) pacientes transplantados e 2215 (27,6%) não transplantados. Nesse período foram realizadas 4900 internações, sendo que 2548 (52%) internações foram oriundas do pronto atendimento. A taxa de ocupação foi, em média, 91,6%. Um total de 4897 (61%) pacientes permaneceu menos de 12 horas no pronto atendimento e, 1846 (23%), acima de 24 horas.
O pronto atendimento investigado possui uma elevada demanda e consequente sobrecarga do serviço. A maioria dos atendimentos é financiada pelo SUS e não demanda necessidade de urgência.
Pronto Atendimento, Transplante Renal
Enfermagem
HOSPITAL DO RIM - São Paulo - Brasil
EDME SEVERINO SANTOS, GIZANI BRITO SANTANA, LAERTE SILVA, LUANA RÉGIA OLIVEIRA CALEGARI MOTA, ROSALI ISABEL BARDUCHI OHL, JOSÉ MEDINA - PESTANA