Influência do regime imunossupressor sobre a incidência de CMV pós-transplante em pacientes de alto risco.
A infecção por citomegalovírus (CMV) continua sendo uma das complicações mais comuns que afetam receptores de transplante. Pacientes que tem sorologia negativa para CMV pré transplante estão mais propensos a desenvolver doença por CMV no pós transplante. Estudos demonstram que na ausência de profilaxia esta população apresenta uma incidência de doença por CMV entre 10 a 60%. Em recente estudo publicado foi demonstrado que pacientes de baixo risco que receberam everolimus e tacrolimus em baixa doses apresentaram redução significativa na incidência de CMV, quando comparados aos pacientes que receberam micofenalato de sódio.
Estudo retrospectivo de centro único em pacientes transplantados renais. Foram incluídos receptores com idade superior a 18 anos, transplantados entre agosto de 2014 a dezembro de 2015 com sorologia negativa para CMV. Todos os pacientes foram induzidos com timoglobulina em dose única de 3 mg/kg no primeiro dia após o transplante. Não foi utilizada profilaxia para a infecção por CMV. Por prática local todos os pacientes foram monitorados com antigenemia para CMV semanalmente por 3 meses.
Neste período foram realizados 1270 transplantes, sendo que 5,5% (70) dos receptores eram CMV IGg negativo pré transplante. Nesta coorte 51% (36) receberam azatioprina (AZA) como terapia de manutenção , 35% (24) micofonelato de sódio (MPS) e 14% (10) everolimus (EVR). A inciência de CMV nos pacientes que receberam AZA como terapia de manutenção foi de 72% (26) vs 92% (22) do grupo MPS vs 50% (5) do grupo EVR (p:0,028). A incidência de recorrência foi de 80% (21) no grupo AZA vs 100% no grupo MPS vs 40% no grupo EVR (p:0,002).
Terapia de manutenção com everolimus se associou com menor incidência de CMV pós transplante em pacientes de alto risco.
citomegalovírus
Rim
HOSPITAL DO RIM - São Paulo - Brasil
CAHUE MOTTA PINTO, HELIO TEDESCO-SILVA, JOSÉ OSMAR MEDINA-PESTANA, MARINA CRISTELLI